Já guardei meus aperos, não mais sinto A força do braço tentando pealar um novo amanhecer A ferrugem no freio Me aparta do sonho guri Cada vez mais e mais Já não sou mais parceiro dos convites pra dias baguais De lida e marcação Teimosia de velho Foi riscar de espora meu ruano Pra esconder dos netos que meu dia se chega Mais um dia se finda, a vida foi mais curta E a tristeza que sorvo se faz mais comprida Se minha velha me bota a chaleira no fogo Já pedi pros meus filhos mais velhos Reparem os bichos, que eu já não posso mais Já não tranço meus laços, nem bordo os arreios Guardo um resto de luz, que me sobra nas vistas Pra bombear no horizonte, o Sol que vai embora Roubando outro dia A noite o sonho, encilho o baio Me carrega de volta aos rodeios Me põem no lombo dos aporreados E amadrinha o meu desespero Danço milongas com a madrugada Morena saudade baguala Reponto tropas entre em peleia Aposto a vida em qualquer carreirada Mesmo que a morte emparelhe na raia Me convidando a dobrar a parada Mas um dia se